" A arte é ciumenta, ela não quer que a doença lhe
tenha precedência. Faço, portanto, a seu gosto"
(Van Gogh,  na carta  de nº218)
Dezembro, dezoito
Meu dia entardeceu
chuvoso e febril.
A chuva continua
e o frio traspassa
tudo que sou.
Ardo de solidão.
Deliro com 
pétalas amarelas.
Por que justamente
neste momento
penso em "girassóis"?!!
Penso em tua pessoa
que repousa do lado
de lá do nosso
Oceano Atlântico.
Sinto-me ligada a ti
por te achar um pouco eu.
Estás  " Vincent"  um pouco
em  cada um de  nós,
que jamais te veremos,
mas  te  reconhecemos
numa longa e ensolarada
trilha....de girassóis.
Se minha solidão 
tivesse cor
ela estaria entre
o preto e o branco
e suas mais  de
setenta tonalidades
e intensidades.
Tu entrastes com 
tua arte em minha
corrente sanguínea.
Quisera sonhar contigo
e dizer-te coisas
que nem sei.
Não te tocaria!!
Temendo  que 
desvanecesses 
em  minha ilusão.
Apenas meus olhos
arderiam uma lágrima
só tua. E tu com tua 
sensibilidade de
artista e de
homem,
entenderia
meu palavrear
único e pessoal
silencioso  e
grandiloquente
e me bastaria.
Tuas pinturas
magníficas,
patrimônio  da
humanidade,
perpetuam
o filho que
não tivestes.
Belém,18/12/2009
Que poema lindo e profundo!!!!!
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