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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Febre de girassóis

" A arte é ciumenta, ela não quer que a doença lhe
tenha precedência. Faço, portanto, a seu gosto"
(Van Gogh, na carta de nº218)


(Auto-fotografia: 15/12/2009)
Dezembro, dezoito
Meu dia entardeceu
chuvoso e febril.
A chuva continua
e o frio traspassa
tudo que sou.
Ardo de solidão.
Deliro com
pétalas amarelas.
Por que justamente
neste momento
penso em "girassóis"?!!
Penso em tua pessoa
que repousa do lado
de lá do nosso
Oceano Atlântico.
Sinto-me ligada a ti
por te achar um pouco eu.
Estás " Vincent" um pouco
em cada um de nós,
que jamais te veremos,
mas te reconhecemos
numa longa e ensolarada
trilha....de girassóis.
Se minha solidão
tivesse cor
ela estaria entre
o preto e o branco
e suas mais de
setenta tonalidades
e intensidades.
Tu entrastes com
tua arte em minha
corrente sanguínea.
Quisera sonhar contigo
e dizer-te coisas
que nem sei.
Não te tocaria!!
Temendo que
desvanecesses
em minha ilusão.
Apenas meus olhos
arderiam uma lágrima
só tua. E tu com tua
sensibilidade de
artista e de
homem,
entenderia
meu palavrear
único e pessoal
silencioso e
grandiloquente
e me bastaria.
Tuas pinturas
magníficas,
patrimônio da
humanidade,
perpetuam
o filho que
não tivestes.
Belém,18/12/2009

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